Numa certa tarde de domingo, alguém bate à minha porta...
São toques leves, discretos, de quem não quer ser percebido à sua volta.
Ou que hesita se realmente deve bater ou não...
Mas bateu! Deixou algo no batente, virou e se foi... Não sei dizer se olhou pra trás. Mas enfim, de que importa isso realmente? Olhar ou não pra trás? Já estava feito!
E eu, em luta contra a letargia q insiste em me consumir a cada dia, levantei de onde estava e a passos lentos e dolorosos, abri a porta que iria permitir que um pouco de luz adrentasse meu recinto.
E meio q sem saber, deixei um facho entrar sorrateiramente. Mas ele naum veio só. Trouxe consigo um som diferente do que percebia trancada em meu quarto. Um som humano... um som.. emotivo... um choro... um choro de criança.
E assim, estimulada pelo movimento natural e habitual de olhar para meu próprio umbigo, vislumbrei aos meus pés um pacotinho bem miudinho... enrolado em mil lençóis brancos e perfumados, aninhados numa pequena e improvisada cesta de vime... criança linda, muito pequena, que me pedia ajuda.
Mas eu via apenas um ser voluntarioso, independente, cheio de si e que estava ali para me ajudar a olhar pra fora do quarto. Achei q havia chegado a hora de sair do meu estado de dormência para conhecer o mundo...
E assim, foi!
Até qd comecei a deixar que as vontades da criança dominassem os meus passos... que os papéis se invertessem. Ela mandava em mim. Se saía na rua era pra levar-lhe para passear, se ia ao mercado era para comprar-lhe algo, se cozinhava era pra matar-lhe a fome... e eu, como nunca tivera vontade própria, nunca achei que tivesse fazendo algo errado.
E nesse novo vício aparentemente libertador, não lembrei de mim, como nunca havia lembrado.
Relapsamente, não lembrei que aquele ser era apenas uma criança...
que precisava de ajuda e orientação...
que precisava de carinho e compreensão...
de sim e de não!...
E o pior de tudo é que esqueci de lembrar que quem é mais criança sou eu...
E esquecendo de me mostrar, naum lembrei de procurar um ombro pra chorar...
E chorar...
E chorar...
E chorar...
Até alguém me ninar...
6 comentários:
bombou hein!
ê!
lecal.
=D
que vontade de ler todos... só por ler esse... adorei.
talvez um dia você leia também o que eu tento escrever. beijocas.
:)))
eu não tenho blog como você :( mas existem duas maneiras... e-mail/msn através do meu diguito_ramone@hotmail.com ou através de meus posts no fotolog que no caso eu te aviso, tá certo?
seu interesse me deixou bem feliz :)
beijocas bá. e bom show hoje!
o vento quer soprar meu barquinho pra lá hoje.
bá, bá! de primeira mão pra tu, tá?
espero que tu goste. juro que sou esforçado hahahaha
não tem nome por que sou ruim pra títulos... mas aí vai!
tento segurar minhas
pernas ao te avistar
minhas mãos, inseguráveis,
só descansam ao tocar
teu rosto
tento achar palavras
rumo ao conseqüente
minha boca, impensável,
só desiste ao sentir
teu gosto
tento anexar o teu
cheiro ao sorriso
meu corpo, inaquecível,
não pára de prever
teu abraço
tento deixar o meu
caminho ao teu peito
meu amor, imprevisível,
não mudará jamais de
nosso espaço
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