sábado, junho 25, 2005

passarinho

Um passarinho veio voando bem de longe, de longe mesmo, do galho de uma árvore q sempre quis alcançar, mais ainda não tenho asas pra isso... Veio bem devagarinho, silenciosamente, num dia de sol que escondia uma chuva por vir. Ele pousou na minha beirada da minha janelinha e quietinho, esperou q eu, incrédula, notasse sua bem quista presença. Um sussurro então secou minhas lágrimas.

Ele dizia que nem é de tão longe assim, e q aquele galho... ihhhh às vezes dá vontade de q ele quebre, pois ele nem é tão firme e forte assim.

Seu sussurro penetrou minha mente como um bálsamo dizendo que há muito escuta meu choro distante e meus pedidos de ajuda, reforçadas por preces fervorosas no calar da noite. E eu chorei...

Lembrei do quanto naum quis pedir, nem chorar, nem rezar, nem mostrar fraquezas além das minhas quatro paredes. E de qd resolvi fazê-lo... baixinho mesmo, virada pra janela, olhando pra lua e pro céu q tanto me fascina e me dá medo.

E ele escutou. E veio até mim! Me deu consolo, me deu força e vontade pra continuar. E com suas belas e confortantes asas me abraçou, um abraço consolador de igual pra igual. Novamente me injetou imagens trazidas diretamente de minhas preces para dentro da minha imaginação e me abençoou.

Voltou para seu ninho.

Mas agora eu sei q tem um passarinho q olha por mim e q tb olho por ele pra q seu ninho naum caia daquele galho. De agora em diante, minhas janelas ficam sempre abertas...

e com alpiste!

terça-feira, junho 07, 2005

agüinhas...

Acordei depois de um sono agitado. A casa cheia de gente que nunca vi. Muitas crianças... Skates, bolas e bolinhas, ping-pong, corre-corre, esconde-esconde, velocípede e caminhão. Uma só diversão. Antes fosse tudo muito bom, mas eu não estou em casa e que casa, hein? Mais pra casarão. Se naum fosse um apartamentão...

Rostos conhecidos e outros não caminham como se o papel a desempenhar ali fosse apenas a repetição do que acontece todo dia. Mas eu não sei o que faço ali. Até perceber que a casa de Di é a nossa casa. Minha, dele, de pi e do galego. Tá, mas e as crianças? Sei lá quem são essas crianças... Pode até ser que um dia eu realize o sonho de expandir meu instinto maternal a um número expressivamente parecido com o de uma creche, mas agora eu naum posso comprar nem meu leite... haja instinto! Mas dona Edna e seu Dídimo tão lá tb, até Bete e Biu.

Depois de passado o susto, tento me lembrar o pq da inquietação com a qual levantei da cama e quem eu procuro. Sim, eu preciso dizer algo a alguém, mas o quê?

Precisamos sair dali, daquele lugar aparentemente tão grande, iluminado e alegre. Pq ninguém pode viver numa ilha, e era exatamente onde estávamos.

Ninguém escuta os estrondos... O sol forte e o céu azul junto com a gritaria das crianças escondem o que não vemos do 15º andar.

A gente mora na beira do rio?
Rio?!?!?! Que rio?!?!?
Esse onde o pessoal tá surfando...
Eita, é por isso que tá esse barulho todo, né?
São as ondas batendo no prédio...

Vamo embora!!! Olha como as crianças estão alegres...

Pena que já acordei...

quinta-feira, junho 02, 2005

a luzinha

Uma luzinha oscilante no céu de ontem à noite me chamou a atenção como me havia chamado uma vez há uma no atrás. Uma vez que eu digo em meu estado desperta pq durante o período de inconsciência temporária provocada pelo sono [ou de maior consciência] isso é muito comum.

Sim, mas voltando à luzinha, ela me apareceu em meio a um céu vazio, sem cor, sem luz, sem nuvens, nem estrelas... Nem ao menos a lua, pelo menos de onde eu estava. E sim, ela me atraiu que, involuntariamente, mesmo já deitada pra dormir [não lembro bem se já estava até dormindo], levantei num impulso para vê-la melhor. Como se o fato de levantar me aproximasse tanto dessa luz que pudesse superar os 10 graus de miopia que ganhei de herança do meu pai. Sim, meus óculos... Mas imaginem bem, principalmente os que usam óculos e lembrem qd vcs os colocam. Todas as luzes passam a se resumir a um pequeno ponto. Toda a faixa luminosa ao seu redor some... Como que entra pelo ralo, escoa! Agora se perguntem se eu queria q isso acontecesse.

Colocar os óculos seria como apagar o brilho da luzinha, resumi-la a um ínfimo ponto qd naquele momento ela era o mais importante em todo o céu... A única cor numa tela preta!

Então me entreguei ao deleite daquele ser luminoso que por algumas frações de minuto foi capaz de me proporcionar tamanha alegria. Sim, alegria. Pq esse arfar aliado a um sorriso sem razão nem precedentes só pode se chamar alegria.

Foi quando percebi que ela não estava inerte á imensidão que a circundava. Ela se movia. E fui com ela, acompanhei seu percurso até onde meu olho permitiu, e a partir daí resolvi acompanhá-la com minha mente, de olhos fechados, já que esta não me impõe restrições e tem um limite do tamanho do infinito...