segunda-feira, julho 25, 2005

formiguinha

Uma formiguinha caminha lentamente... uma formiguinha caminha sorridente... uma patinha após a outra, silenciosamente sobe pelo meu pescoço.

Ela para e dá uma olhadinha. Rebolando como uma joaninha. Encontra sua amiguinha e a avisa o lado a seguir.

Ela naum procura alimento, ela própria tem sustento. Uma mina infindável de guloseimas à sua disposição.

Mas ela nunca cansa. Ela é uma criança, que naum percebe que o perigo está logo ali.

Mas no final das contas, naum se dá por tonta e percebe q ela naum traz o perigo... ela apenas trabalha e caminha, numa marcha rapidinha (pras formiguinhas) ao longo do meu pescocinho até chegar no meu ouvidinho.

E atrás dessa minha orelha, mais que uma pentelha, mora lá a pulga, que lhe aconselha, qd dá na telha, a dar meia-volta-volver. Até pq ela naum vai querer ter q ver e ouvir os maus conselhos da dona pulga, que já, cheia de rugas, bota minhoca na minha cabeça...

Até q o dia amanheça!

quinta-feira, julho 21, 2005

rrrrrrrrrrrrrrrrrrrring!!!

Nossa... que horas são? Que dia é hj? E como estão?
As coisas que nunca tive coragem de perceber
Por achar em vão a tentativa de mudar o que era tão certo...

Nossa como dormi! Como pensei que o sonho, essa ilusão,
que esse estado alterado de consciência era real... era vida!

E ao contrário do que pudesse esperar, ou que possa parecer...
Minhas juntas naum doem...
Meu corpo naum pesa...
Minha mente naum reluta...
Naum se prende ao vício...
Naum deseja o que é errado...
Naum quer dormir novamente!

E quando caminho, parece que tenho asas...
Elas me levam pelo caminho mais correto...
Onde a dor é estado passageiro...
Onde o costume não tem vez...
Onde o amor releva, mas não é conivente...
Onde as feridas cicatrizam de verdade.

Quero apenas q essa frustração por naum ter acordado mais cedo passe...
E passe logo...

terça-feira, julho 19, 2005

castelo

Um dia eu governei um castelo... Daqueles bem grandes e suntuosos, que abrigam milhares de seres prontos pra compartilhar o bem. Meu castelo tinha campos verdes, jardins de tulipas vermelhas e lírios cor-de-abóbora, com uma faixa infinita de girassóis amarelos gigantes refletindo energia vital pra todo o reino. E sim, eu era uma rainha... a mais feliz rainha ao lado do melhor rei.

O sol sempre brilhava no meu reino. O céu sempre azul, os rouxinóis, coelhinhos e sapinhos em sua suave rotina me davam alegria de viver.

E então veio a tempestade... Rajadas fortes de vento, gotas duras como pedra, ferindo os homens, animais e até a terra, q se abria pra naum ter mais q suportar tamanha dor. E o mais temido: o furacão! Derrubou cada pedra levantada, cada flor brotada, cada esperança enraizada...

Como chumbo, vem a culpa me pesar nos ombros. Susurro maligno em meu íntimo: “quem mandou naum vigiar seu reino?...” Mas pra quê? Se ele era tão calmo e tranqüilo?... Sim, em sonhos bons, utópicos ele era tudo o q eu queria. E eu quis governar só, sem pedir ajuda, nem ao menos ao meu rei.

E por isso a culpa... maldita culpa.

Mas sim! Eu vou reconstruir esse reino... pedra por pedra! E só! Naum fui eu quem derrubou? Então vou levantá-lo ainda mais forte e bonito. Doce ilusão... Essa maldita me perseguiu a cada passo, a cada esforço, a cada resolução e a cada lágrima derrubada. Me balançou as pernas e abalou as idéias. Mas eu fiz o q pude.

Pena naum ser o suficiente... faltou... a pitada mágica!

E então um tornado ainda mais violento e impiedoso... terremótico... veio e arrancou a reconstrução. Toda e qq raiz da terra, qq sinal de vida e de felicidade q ainda existia. E ELA bateu à minha porta! Eu ainda olhei, pensei e pensei... mas, desta vez, naum deixei entrar!

Descobri q a maior força q impedia meu castelo de ficar em pé naum era fenômeno natural algum... Era uma mente poderosa... q naum acreditou na minha força de construção, e ao invés de se juntar a mim, resolveu esperar... e qd a gente espera demais, a vida resolve pela gente.

Agora eu tenho o poder de construir castelos e semear vida! Nem que seja em outro quintal...

sexta-feira, julho 15, 2005

O Sete

Um sete vira ao contrário e ao avesso. Vira rasgando por dentro o meu peito e fura lá no fundo me mostrando o que há por vir.

Que a vida é dura. Que o azar persegue quem naum nasce com estrela na testa e que pior ainda há...

Como pode, magro e imperceptível, forte e impassível, ímpar, vem o sete me morder! Me marcar a ferro e fogo, um número escarlate no meio da cabeça, sem piedade.

Mas então, como um belo sete, esguio e charmoso, pode causar tamanha impressão maligna sobre minha pessoa... como que o que anuncia o mau agouro de uma vida inteira?

E ele disputa com o oito... gordinho e desengonçado, mas em equilíbrio. Lento... certo... par! Como toda a sorte duradoura, q qd chega naum vai embora mais.

Ô sete medonho... efêmero, setânico!

...que tenho tanto medo de ti, sem saber q és de quem mais preciso no momento.

Sete q me traga abalo, q me traga confusão, q me traga informação, inquietação e mudança...

Sem o sete, naum posso ter o oito. O oito vem depois do sete. Cardinalmente tb! Mas a bolinha de cima só se equilibra na de baixo qd sobe pela perna do sete alto que lhe dá um calce.

E dá-lhe sete...

segunda-feira, julho 11, 2005

pedrinha

Uma pedrinha bateu no meu coração... uma pedrinha bem miudinha. Daquelas que a gente nem vê qd jogam em vc. Mas às vezes, ela vem com tanta força q os danos não são mensuráveis a olho nu.

E ela veio com toda a força devastadora de um furacão. Um buraco aberto...

E veio a chuva... uma chuva forte, tempestuosa, violenta! Que se apossou do meu coração como se ele fosse um depósito de lágrimas esperando pra ser cheio por completo. Só q ele nunca enche. Ele jorra e jorra cada vez mais pq esse buraquinho ainda tá aberto e eu não consegui um cimento forte o suficiente pra fechá-lo.

Só sei q foi assim... sem sentir. Sem previsão meteorológica, sem confiança no sexto sentido, nem muito menos gritos de perigo. E agora estou no meio de toda essa água tentando juntar forças pra continuar nadando.

Logo agora q os campos começavam a florescer novamente...

Mas quem sabe, né? Geralmente depois de uma tempestade tem sempre um céu azul...