terça-feira, março 29, 2011

soneca

Sempre lembro dos meus sonhos! A freqüência é exata, a duração, nem tanto! Frações de segundo, dias inteiros, semanas, meses... sensações diversas! Medos e angustias, alegrias, exaltação, paixão... quando criei esse blog, queria acordar logo no sentido figurado. Despertar para as coisas que me cegavam para a vida, que me tornavam fraca e pequena.

Sonhos são experimentações, alguém me disse. É o seu cérebro explorando possibilidades e sua concordância ou não é o que gera o sentimento seguinte em relação a elas. É uma maneira de pensar... [aceitaremos ela por enquanto]

O caderninho de sonhos é projeto antigo! Um projeto que existiu nos meus 10-11 anos de idade, mas que ficou pra trás quando isso passou a parecer infantil.

Hoje eu quero acordar logo pra não me esquecer de lembrar...

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Muro branco

Em frente a um muro branco, me perco em pensamentos.
Pensamentos sem origem nem destino
Mas que preenchem minha mente sem se fazer sentido

Sem confortar
Sem machucar
Sem irritar o estado de inércia em que me encontro

Inércia mental

E a vida me traz tintas e cores
Cores vivas e brilhantes
Pra que eu pinte esse mure
Pra que eu o preencha com vida e luz...
E amor

E a vida me impõe microfones
Meios autofalantes
Auto expressantes...

Mas no momento minha mente só quer calar
Quer ouvir
Sentir!

quinta-feira, dezembro 15, 2005

passatempo

uma distração em livros descolores
a televisão me mostra mil amores
telefonemas vazios me ocupam o tempo
e eu sem me importar em viver

e esse inverno incessante insiste em me paralisar
tudo é como era antes, tudo continua em seu lugar

entre distrações em capas de revista
horas de salão não me tornam artista
frases soltas eu solto pra quem cruza o caminho
e eu sem me envolver pra valer

e esse inferno inconstante insiste em me atrapalhar
mesmo estando tão distante, sei que tudo isso vai passar

pois quando eu te encontrar
no meio dessa multidão
vou dar adeus à solidão
eu sei que não
vou me desapontar...

segunda-feira, outubro 10, 2005

gravidade

Como um mata borrão a vida me esmaga contra uma folha de papel, me transformando em mais um personagem de história de livros. Sem saber o que vai ser de mim ao virar da próxima página.

E eu ando pelo rodapé esperando que alguma mão amiga me ajude a transpor tamanho obstáculo imposto por uma simples página.

E assim, a cada passo, aspiro o cabeçalho na minha utópica jornada de ascensão, mas que não pode lutar contra essa maldita gravidade...

Força que vem não sei de onde, mas com destino certo: pra baixo! E bem em cima da minha cabeça como um martelo batendo num prego em direção à parede que resiste a essa intrusão.

E com toda essa intensidade, derruba meu ânimo, meus sonhos, minha perseverança, minha esperança... Penduradas por um frágil fio apreensivo pela sua breve vida.

Agora, meu esforço está em segurar esse fio, de mantê-lo ainda atrelado a mim de alguma maneira... Pra mim! Por mim!

Pq a bunda e os peitos eu posso deixar que ela leve, mas meu coração não!

terça-feira, setembro 20, 2005

floquinhos de coração

Aromas adocicados
Abraços apertados
Beijos bem molhados
Dedos entrelaçados

Círculos cor-de-rosa
Ondas nervosas
Sorrisos no fim do dia
Momentos de alegria

Lágrimas invisíveis
Momentos indescritíveis
Quadrado virando círculo
O fim se tornando o início

Floquinhos de coração!

Nada mais que isso...

quarta-feira, agosto 17, 2005

espaço?!

Hj as luzes não ascenderam
Os brilhos não ofuscaram
As flores não renasceram
E o céu não azulou

A escuridão predominante
Minha mente bloqueou
Por menos de um instante
Penso que o mundo acabou

As pernas vacilam
Os olhos não sentem
As mãos não me guiam
Por esse espaço latente

Não há cima nem baixo
Nem gato e sapato
Paredes, nem chão
Só imensidão...

E eu perdida não sei onde
Se na terra ou no ar
No fogo ou no mar
Sem pressão
Sem impressão

Não sei se flutuo ou vôo
Mas eu vou
Se ando ou nado
Não é nada...

E nesse não sei o que
Não sei como
Nem pra onde...

Só me resta aguardar...

E aguardar...

Notícias daquele lugar!

segunda-feira, agosto 15, 2005

a-corda

Uma corda circunda meu pescoço...
Uma corda grossa, áspera e sem esforço,
Espera as ordens de chutar ao banco
E me despencar do barranco.

Ô corda infame
Como cobra inane
Encolhidinha à espera da sorte
E da comida pra dar o bote

E vem como quem não quer nada
Pra não me deixar apavorada
Desce pelos meus cabelos
Tremendo-me os joelhos

Espirais soltos no ar
Em lentas curvas a pousar
Delicadamente sobre minha pele
Sem se mostrar que fere

Mais repele...
Toda a tentativa frustrada de evitar o nó
Que se forma a cada volta

Apertando a maçã proibida
Aquela q palpita
Quando o ardor é suficiente
Pra permitir q a dor escape pelos poros
Quando a boca não consente...