Um dia eu governei um castelo... Daqueles bem grandes e suntuosos, que abrigam milhares de seres prontos pra compartilhar o bem. Meu castelo tinha campos verdes, jardins de tulipas vermelhas e lírios cor-de-abóbora, com uma faixa infinita de girassóis amarelos gigantes refletindo energia vital pra todo o reino. E sim, eu era uma rainha... a mais feliz rainha ao lado do melhor rei.
O sol sempre brilhava no meu reino. O céu sempre azul, os rouxinóis, coelhinhos e sapinhos em sua suave rotina me davam alegria de viver.
E então veio a tempestade... Rajadas fortes de vento, gotas duras como pedra, ferindo os homens, animais e até a terra, q se abria pra naum ter mais q suportar tamanha dor. E o mais temido: o furacão! Derrubou cada pedra levantada, cada flor brotada, cada esperança enraizada...
Como chumbo, vem a culpa me pesar nos ombros. Susurro maligno em meu íntimo: “quem mandou naum vigiar seu reino?...” Mas pra quê? Se ele era tão calmo e tranqüilo?... Sim, em sonhos bons, utópicos ele era tudo o q eu queria. E eu quis governar só, sem pedir ajuda, nem ao menos ao meu rei.
E por isso a culpa... maldita culpa.
Mas sim! Eu vou reconstruir esse reino... pedra por pedra! E só! Naum fui eu quem derrubou? Então vou levantá-lo ainda mais forte e bonito. Doce ilusão... Essa maldita me perseguiu a cada passo, a cada esforço, a cada resolução e a cada lágrima derrubada. Me balançou as pernas e abalou as idéias. Mas eu fiz o q pude.
Pena naum ser o suficiente... faltou... a pitada mágica!
E então um tornado ainda mais violento e impiedoso... terremótico... veio e arrancou a reconstrução. Toda e qq raiz da terra, qq sinal de vida e de felicidade q ainda existia. E ELA bateu à minha porta! Eu ainda olhei, pensei e pensei... mas, desta vez, naum deixei entrar!
Descobri q a maior força q impedia meu castelo de ficar em pé naum era fenômeno natural algum... Era uma mente poderosa... q naum acreditou na minha força de construção, e ao invés de se juntar a mim, resolveu esperar... e qd a gente espera demais, a vida resolve pela gente.
Agora eu tenho o poder de construir castelos e semear vida! Nem que seja em outro quintal...
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